O MERCADO DE TRABALHO
Como há muitos cursos no país, a concorrência por uma vaga de trabalho é grande. Mas alguns fatores têm contribuído para a manutenção das ofertas, como o envelhecimento da população brasileira, que faz aumentar a procura por especialistas em saúde da terceira idade (enfermagem geriátrica), a crescente utilização do sistema home care e a própria abertura de novos hospitais no país – em 2008, foram incluídos no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)143 instituições públicas que fazem internação, como é o caso de clínicas e hospitais. A expansão do Programa Saúde da Família (PSF), do governo federal, também favorece o mercado de trabalho para os enfermeiros, já que cada equipe do programa tem de contar com, no mínimo, um profissional da área. Além disso, surgiram novos campos de atividade nos últimos anos. "Há uma década, era incomum encontrar enfermeiros responsáveis por gestão da qualidade ou atuando como representantes comerciais de produtos e equipamentos de indústrias farmacêuticas e laboratórios", afirma Andréa Gomes da Costa Mohallem, vice-diretora da Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein,de São Paulo (SP). Segundo ela, também não se viam enfermeiros ocupando cargos de gerentes de novos projetos, tais como abertura de alas hospitalares, implantação de novos protocolos dentro de clínicas e hospitais ou até treinamento de equipes para manuseio de equipamentos. Como o Sul e o Sudeste do Brasil concentram a maior parte dos hospitais, há vagas em instituições filantrópicas e privadas. No entanto, segundo o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo, o Norte e Nordeste são as regiões que atualmente oferecem mais colocações.
O CURSO
As diretrizes estabelecidas pelo MEC em 2002 propuseram que a formação na graduação passasse a ter um caráter mais generalista, voltado para as necessidades de atenção primária, que é o trabalho do enfermeiro em ambulatórios, prontos-socorros e postos de saúde. O início do curso é marcado por disciplinas básicas da área das ciências biológicas, como anatomia, microbiologia, citologia, histologia e parasitologia. Também há matérias de administração e fundamentos de psicologia e de sociologia. Gradativamente, o aluno conhece os procedimentos técnicos e, no segundo ano, começa a atender pacientes e a cuidar de enfermarias. O estágio é obrigatório, sempre supervisionado por enfermeiros e professores. No fim do curso – que dura, em média, quatro anos e meio –,é comum a exigência de um trabalho de conclusão.
O que você pode fazer
-Assessoria e consultoria
Auditar os procedimentos hospitalares de enfermagem e auxiliar na montagem de unidades de saúde.
-Atendimento domiciliar
Cuidar de pacientes em sua residência, dando continuidade ao tratamento hospitalar. Auxiliar o paciente em exercícios terapêuticos e cuidar de sua higiene e de seu bem-estar.
-Enfermagem geral
Comandar equipes de técnicos e auxiliares de enfermagem no atendimento a pacientes.
-Enfermagem geriátrica
Atender idosos, doentes ou não, em domicílios, casas de repouso, clínicas e hospitais. Enfermagem médico-cirúrgica Ministrar cuidados pré e pós-operatórios em prontos-socorros, clínicas e hospitais.
-Enfermagem obstétrica
Dar assistência integral a gestantes, parturientes e lactantes, acompanhando o pré-natal, realizando exames e auxiliando o médico no parto e no pós-parto. Dar orientações sobre planejamento familiar.
-Enfermagem pediátrica
Acompanhar e avaliar o crescimento e o desenvolvimento da criança. Incentivar o aleitamento materno e orientar os pais quanto às técnicas e aos cuidados com os recém-nascidos.
-Enfermagem psiquiátrica
Ajudar no tratamento de pacientes com distúrbios psicológicos.
-Enfermagem de resgate
Participar de equipes de salvamento de vítimas de acidentes ou de calamidades públicas.
-Enfermagem do trabalho
Dar atendimento ambulatorial em empresas e acompanhar
programas de prevenção e manutenção da saúde dos funcionários.
-Enfermagem de saúde pública
Orientar a população sobre a prevenção de doenças e promover a saúde da coletividade. Atender pacientes em hospitais, centros de saúde, creches e escolas. Formar, capacitar e supervisionar os agentes de saúde.
-Ensino
Orientar projetos de pesquisa e ministrar aulas teóricas e práticas.
-Gestão da qualidade
Avaliar e planejar os processos assistenciais com o objetivo de aumentar a segurança dos pacientes.
-Gestão de projetos
Administrar e controlar as atividades destinadas a projetos multidisciplinares, como abertura de uma ala hospitalar ou implementação de um novo protocolo em clínicas ou hospitais.
-Pesquisa clínica
Planejar, implementar e coordenar projetos de pesquisas clínicas, como o desenvolvimento de drogas